domingo, 1 de maio de 2011

O AMOR



Existem amores que deveriam servir de exemplo.  Vemos os que a simetria pouco importou. A beldade foi deixada de lado e alguns valores importantes foram colocados acima. Nota-se, em alguns casos, uma felicidade extrema no olhar de cada um, uma delicadeza nos gestos, na forma de falar, de escutar... Realmente, exemplos a serem seguidos neste mundo em que a simetria diz muito. Onde os valores físicos ofuscaram os verdadeiros valores morais da nossa sociedade. Afinal, amar é isso: ver o belo onde ele não existe ou existe e o feio é apenas questão de um ponto de vista. Quanta vida existe dentro dessas pessoas que caminham velhinhas com seus pares... Quanto eles não teriam para nos ensinar? Além da simetria uma pessoa linda capaz de superar problemas tantos, crises tantas ao lado do seu bem-amado e mantê-lo por uma vida apaixonada. Com certeza, cada um de nós tem um exemplo na família. Os pais, tios, avós, alguns amigos... Essa gente em extinção que conviveu entre nós e perdemos a oportunidade única de aprendermos. Ainda outro dia, um casal velhinho, amigos queridos, desses que andavam de mãozinhas dadas, faziam suas caminhadas pelas manhãs, sumiram! Um primeiro, depois o outro! Até que procurei saber a razão: morreu a senhora Norma. Alguns meses depois, o senhor Alfredo. O que mais me chamou a atenção foi a causa mortis do senhor Alfredo: infortúnio (tristeza). Escuta, ainda morre-se de infortúnio nesse mundo? Somos capazes de imaginar a importância que o outro tem em nossa vida, a ponto de perder a graça de vivermos sem ela? Amamos a tal ponto que nossa vida esteja ligada física e espiritualmente àquela pessoa? E, quando a perdemos, tornarmo-nos vivo-mortos, restando-nos apenas sepultar?
Esse é o tipo de amor em extinção que a cada dia está mais difícil de encontrar. Fico aqui imaginando o reencontro desse pessoal em outras esferas e dimensões, com certeza estarão apartados dos demais. Sim, desses que a simetria e beldade foram fundamentais em suas vidas.
Alguns que até deixaram pelos caminhos as suas companheiras e as trocaram por rostinhos bonitos. Devem caminhar pelos jardins de Alá o senhor Alfredo e senhora Norma... Num campo imensamente verde e florido e com ele toda essa legião de amantes legítimos de uma época!
Pobre de nós que nunca amamos, não conhecemos a profundidade desse sentimento tão extraordinário e não sentamos com nossos avós e procuramos saber o mistério de tão linda convivência! Se mistério for... "Olhar alguém por dentro antes de tudo, amando acima de medidas perfeitas ou formas". Ah! Meu amigo, isso não é para nós! Cegos, imbecis, surdos e mudos... Pobres de alma e coração! Amar de verdade é para poucos e para poucos o paraíso que os espera na eternidade.

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