domingo, 1 de maio de 2011


À ZERO HORA!


Meus amigos fiéis...
São velhos conhecidos!
Das noites de minhas insônias,
em meu quarto perdido...

O relógio que respira o tic-tac,
no jardim o cantar do grilo...
A geladeira que desliga e liga,
a saudade por castigo!

O mesmo cão que late longe,
o trem que passa à zero hora...
Um Gardel que me acompanha no uísque,
sai cantando da vitrola!

A mesma janela que fecha do outro lado!
Da moça que nem imagina quem sou eu...
A coruja que canta no meu telhado,
prenúncio do amor que feneceu!

Todos os dias, à zero hora,
repetem-se as mesmas cenas ...
Produzo os filmes de minha vida,
em meu solitário cinema!

Todos os dias, à zero hora,
chega a saudade do meu amor...
Anda pela casa e por tempos
que o passado não apagou!

Todos os dias, à zero hora,
sou lágrima perdida,
alma sofrida...
De alguém que muito amou!

Todos os dias, à zero hora,
sou uma mistura de sentimentos,
sou oco, sou vento...
Sou tudo do nada que sobrou!

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