domingo, 1 de maio de 2011

POESIA



Oh! Poesia!
Quero desnudar-te inteira.
Entrar em ti,
em divina inspiração...
Comê-la!
A noite será de lua
e meus lábios beijar-te-ão, nua!
Ninguém que possa te salvar
dos meus desejos ardentes!
Nem mesmo este céu, este mar...
De poetar meus repentes!
Inflado peito, braços abertos!
Serei só versos...
E a dor que o poeta sente.
Será vingada em ti!
Em sonhos dispersos...
Oh! Poesia.
Que treme em orgia nos meus lábios desertos!
Minha amante, inquietante paixão.
Rainha das boêmias!
Arranco-te versos e rimas...
Sorvo-te poesia menina,
em divina inspiração!
Arranco da alma violinos
com meus versos mansos...
Cúmplices, poeta e poesia,
dançam!
Alguém escutará,
quando o vento nos levar...
Ou as ondas de um mar distante!
Ou se o sereno em frio chorar,
beijar a flor amante...
Alguém escutará
o barulho do nosso amor...
A poesia gozar em
sublime instante!
 
 
®José Geraldo Martinez
07/8/2002
 
&
 
SOU
POESIA!
 
Desnuda-me poeta!
Entra em minha essência,
sentindo a magia das palavras
percorrer teu coração em chamas.
A tua inspiração me faz luminescência.
Sorver-me-ás  na frieza das  noites insones,
ou em longas e preguiçosas tardes solitárias,
ou mesmo em lascivas manhãs de desejos,
quando sentires que o amor e a paixão
não te emprestam mais o suporte,
o carinho, o beijo, o toque.
 
Estarei nua
inteiramente à tua espera,
com os seios grávidos de tuas quimeras,
a língua sentindo teus inquietantes sabores,
na plenitude dos sonhos mágicos e controversos.
Sim, meu amado poeta, meu escultor sagrado!
Ninguém há de me salvar da tua fissura,
onde meus desejos te provocam
para que me desveles,
na transparência das
tuas emoções.
 
Tu esgrimirás
em rimas, métricas e letras
brotadas do fundo da tua alma
pela nutridora cascata da inspiração. 
A emotiva lua se erguerá no céu,
diante de toda a magia da beleza em expansão.
E assim mil estrelas resplandecerão estrofes
como bailarinas de versos brilhantes
ao binário ritmo da batida
do teu coração.
 
Teus repentes
serão a minha respiração
em teu inflado peito, que arfa em delírios
pela posse do meu fascinante enlevo.
Me toma em teus braços, com o céu e o mar
por testemunhas silentes da criação espontânea.
Deflora a minha virgindade em compungidos versos,
para que eu consuma neles toda a tua dor.
Oh, Poeta! Me tenhas inteira dentro de ti.
Sou tua amante em desvario,
em tardes quentes,
em noites de frio.
 
Conforta-me,
sufocando meus arrepios!
Venha logo..deita ao meu lado em silêncio,
ouve a lira que te arrebata. Menestrel és do sentir
que apenas deseja o transbordamento da emoção.
Teus dispersos sonhos absorvo em completude.
Às vezes sou uma poesia menina,
às vezes alegre juventude,
tantas vezes uma adulta
 em reflexão,
ou
até mesmo
 a idosa perdida
em alguma recordação.
 
Tenho em mim todas as idades
e anseios que habitam o coração do homem.
Quando tanges o poético violino, fazendo vibrar
as minhas sutis cordas, o eco da minha efervescência
chega aos confins do mundo,
preenchendo das almas,
as suas carências
de afetos.
 
Somos cúmplices
e amantes em ritual de acasalamento,
quando me percebes inquieta no cio dos teus pensamentos.
Então bailamos juntos compassadamente,rodopiando ao vento,
em liberdade de expressão. Somos  fartamente ouvidos e amados
por todos aqueles que nos têm na conta de um bálsamo
que alivia os seus cansaços. Nas ondas do mar
nos deitaremos, a perceber o remanso das águas
em nosso corpo, fantasiado de vida
sob mil sóis despontando
na linha do horizonte.
 
Ali mesmo
beijarás a minha fronte.
Das tuas penas farás uma rica coroa de flores,
arrancadas do teu jardim de ilusões prementes,
e a colocarás na minha cabeça, titulando teus versejos.
Do sereno frio sempre me darás guarida. Em teus braços
me deixarei levitar, até que o nosso gozo complete
a desvelada ânsia que somente deseja 
fundir o coração poeta 
e as preciosas letras
em seu  mais
sublimado
instante!
 
Guida Linhares
 
Santos/SP - 17/02/08

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